Artista Poeta Escritor
"estamos aqui
para curar a realidade
do excesso de si mesma"
Infiltrações
No cerne de cada célula do nosso corpo existe o DNA, código genético.
No cerne da nossa alma, o código poético.
Linguagem espiralada que gira em torno de si, se faz, cria. produz e reproduz.
os dois códigos, fractais da Linguagem Maior, da Linguagem Viva do Cosmos.
a Linguagem Poiética, Analógica.
Aqui, o papel crucial do poeta - renovar a linguagem – relações – e assim, renovar a percepção, o sentimento,
o entendimento. Poesia voltando à sua origem: curativa, saturada de assombro. abrindo portas.
novos horizontes cognitivos.
Através da Poesia genuína, nos lembramos que as palavras não são posse da mente racional.
como está escrito: "originalmente, as palavras são conglomerados multi-sensoriais/ a parte acústica/escrita é apenas gatilho para sua essência sensorial viva, que carrega o verdadeiro significado/ síntese sinestésica".
a Alma pulsa em Sentimento & Analogia - Música. a Consciência é Silêncio. no silêncio da consciência, a música da alma pode se revelar & reverberar no verbo poético. quando nos identificamos com nossa mente ruidosa, a música da alma é abafada. Poesia é a Linguagem profunda do Ser trazida à tona e ancorada em palavras fluidas.
a poesia conecta os dois hemisférios & o coração - ponto fulcral de convergência
da Linguagem rítmica & mítica do Cosmos.
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A linguagem pode apontar para a novidade infinita, mas normalmente serve ao propósito de solidificar o conhecido. Gera redundância, até os limites do tédio e violência. Busco purificar as palavras desse mau uso e magnetizá-las com um traço, rastro do Infinito Irreversível que está sempre a precipitar-se sobre o previsível.
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Poeta – curador do idioma. E por detrás da língua, da linguagem.
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A poesia acende realidades obscurecidas pelo cotidiano.
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Parto do princípio que a linguagem cotidiana está tão desgastada, tão estagnada, que adoeceu e seu uso raramente resulta em comunicação. Gera e engessa medíocre concordância ou desentendimento ríspido.
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Ao fazer linguagem, o poeta faz possibilidades. De Experiência, Existência.
Com lucidez, sabe do poder que as palavras tem quando poetizadas, estruturadas, insufladas de energia; a diferença é que, sendo verdadeiramente poeta, ele não dá valor desnecessário a esse processo. Ele é justo. & grato.
Ele não confunde o dedo com a Lua quando a Linguagem lhe aponta cotidianamente a Lua (na noite estrelada do Espírito).
Enfim, leiam. Leiam esses poemas. Percebam como é bonito quando a gente vê manifestar-se por aqui o Sagrado. Essa É uma Arte Objetiva. Aqui se manifesta o Verbo da nossa Voz, a Voz da nossa Vida. Reconheçam a grandiosidade da experiência que ele está vivendo.
Paulo Rafael de Aguiar Godoi, pos-fácio do livro "Infiltrações"